sábado, 24 de outubro de 2009

Sobre esquecer-se e encontrar


Escrevendo na semi-escuridão

Os olhos doem

Imerso em águas cristalinas

Percebo-me em um profundo escuro


O meu ser vagueia tonto

E nunca encontra um ponto

Um arremate

Seria o incompleto a liberdade?

Se todo fim é um começo

O coração sempre sentindo

É uma ferida escondida


Cubro-o com pensamentos

Perco-me em paisagens

Refugio-me em olhos alados

Que sempre adejam

Eu sinto o medo e tremor completo

De uma lágrima prestes a cair


Sigo regatos castanhos

E infinitos

De um presente tão sublime

Que não deixará lembranças


Vejo-os luzir tão perto

Olhos de marinha estrela

Continuo ladeando olhos de outono


E pelo olor de suas folhas

Dormem meus monstros nas profundezas.

4 comentários:

  1. Gostei principlamente dos montros dormindo nas profundezas...
    Foi-se o tempo em que eu escrevia com lágrimas nos olhos, tenho estado numa fase mais positiva da minha vida.
    Mas as lágrimas trazem uma beleza mais sensivel para o poema.

    Heid Costa
    http://palavrasreinventadas.blogspot.com/

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  2. "Se todo fim é um começo

    O coração sempre sentindo

    É uma ferida escondida"

    Gostei bastante.
    http://karloalmeida.blogspot.com/
    to seguindo, té mais

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  3. Estou vasculhando poetas movos na internet.
    O seu texto é bom.
    Desligue mais da contextualização do momento.
    Faça metáforas brutas.
    Você está pronta.

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