Os olhos doem
Imerso em águas cristalinas
Percebo-me em um profundo escuro
O meu ser vagueia tonto
E nunca encontra um ponto
Um arremate
Seria o incompleto a liberdade?
Se todo fim é um começo
O coração sempre sentindo
É uma ferida escondida
Cubro-o com pensamentos
Perco-me em paisagens
Refugio-me em olhos alados
Que sempre adejam
Eu sinto o medo e tremor completo
De uma lágrima prestes a cair
Sigo regatos castanhos
E infinitos
De um presente tão sublime
Que não deixará lembranças
Vejo-os luzir tão perto
Olhos de marinha estrela
Continuo ladeando olhos de outono
E pelo olor de suas folhas
Dormem meus monstros nas profundezas.