sábado, 24 de outubro de 2009

Sobre esquecer-se e encontrar


Escrevendo na semi-escuridão

Os olhos doem

Imerso em águas cristalinas

Percebo-me em um profundo escuro


O meu ser vagueia tonto

E nunca encontra um ponto

Um arremate

Seria o incompleto a liberdade?

Se todo fim é um começo

O coração sempre sentindo

É uma ferida escondida


Cubro-o com pensamentos

Perco-me em paisagens

Refugio-me em olhos alados

Que sempre adejam

Eu sinto o medo e tremor completo

De uma lágrima prestes a cair


Sigo regatos castanhos

E infinitos

De um presente tão sublime

Que não deixará lembranças


Vejo-os luzir tão perto

Olhos de marinha estrela

Continuo ladeando olhos de outono


E pelo olor de suas folhas

Dormem meus monstros nas profundezas.