domingo, 13 de setembro de 2009

Abafo


Abra minhas cortinas
Estou como uma folha seca
Trancada na sombra
Sem poder voar

O vento bate
Mas não me atinge
Quando abri as janelas
Já era noite

Agora me escondo
E tapo os ouvidos
Do meu coração
Que teima em bater

Na penumbra desta sala
As grades se projetam
Na parede branca
Onde pássaros de origame
Ainda voam

Presos por um fio

Isto é só um abafo
De quem se quer liberto
Mas não tem o amor imenso
Que é preciso
Para se abandonar

No mais
Sempre perdemos
E perdemos
Principalmente,
Quando nos achamos

Soluções


Milhões de pessoas passam fome, milhões não tem casa, estão doentes, estão mortos etc.
Isso não é nada para nós, se for, é apenas um discurso. Se valesse a pena tudo bem.
Mas o fato não é que muitos tem pouco e poucos tem muito e sim, todos não tem nada. Adolescentes ricos infelizes, adolescentes pobres infelizes; ambos alienados. Apenas isso.
Qual a solução? Qual o problema?
Políticos honestos não existem por que não existe nem gente, nem política honesta. E quem não se adequa ao jogo perde. É o sistema? Todo sitema é errado se é vigente.
O que temos são partes da humanidade, algumas esperando por deus, outras por dinheiro, outras por amor. Mas quem espera algo de si mesmo?
Ninguém quer que o outro cresça, ninguém quer evolução. Se não há guerras, há outras formas de luta. O homem é seu próprio predador, já que é sua única ameaça.
Então continuemos buscando o universo, o espaço vazio que podemos encher de esperança. Continuemos com nossa imaginação criando mundos menores que este, pois o nosso é grande de mais para nós.
Queria uma solução, mas apenas reclamei mais. Quem quer ser um gênio se souber que para isso é preciso pensar e muito trabalho? Quem quer ser honesto se pagamos por isso e não pela desonestidade? Quem quer algo de si mesmo? Queremos presentes !
Então no momento eu pensei em desistir. Mas só chega ao final quem continua andando. Se descobrir a solução digo a vocês e se vocês souberem peça a Globo pra mostrar que o povo aceita como certa.

Tchau

Sutil


Em meio a escombros de guerra
Nascem frágeis flores
Olhando a maldade
Com um olhar triste
Quietas e pequenas
Um pequeno colorido
No preto e branco destruído
De um tempo queimado
Temos todos os motivos
Para sermos maus, para sermos bons.
Toda beleza vem recheada de insensatez
É irracional ser extremo
Mas o meio do muro não é tão belo
E é irracional ser humano
De verdade
Pequenas flores
São jardins que não percebemos
E fica apenas a intuição
De que em meio às ruínas
Há algo que nos observa
E nos trás como um perfume
A esperança